terça-feira, 13 de fevereiro de 2024

As Rosas de Atacama

   

As Rosas de Atacama por Luis Sepúlveda

 

Pequenas histórias, muitas com não mais de uma folha, contadas com rara mestria. Nestes textos sucintos, o autor relata-nos, através de imagens e metáforas belas e elaboradas, acontecimentos extraordinários, feitos humanos comoventes, paisagens singulares, vidas de pessoas corajosas.

 

O título original do livro, Historias Marginais, que corresponde fielmente ao conteúdo e à vontade de Sepúlveda, acabou desfigurado e substituído pelo título de uma das histórias – a sua viagem ao deserto de Atacama para ver o florir das pequenas rosas efémeras que cobrem a paisagem por breves horas a cada ano.

 

Uma critica social e ambiental feroz, não poupando a hipocrisia europeia, região onde “apenas restam quinhentas das três mil espécies de aves contabilizada no princípio do século” XX e defendendo o património natural do Parque de Manú no Chile “onde crescem duzentas espécies de árvores. Em toda a Europa há apenas cento e sessenta”.

 

Luis Sepúlveda (1949-2020), escritor, argumentista e realizador chileno de origem, por parte da mãe, indígena. Partidário de Salvador Allende, de cuja guarda pessoal fazia parte, esteve com o martirizado Presidente até ao último momento. A ditadura manteve-o na prisão durante quase três anos. Saiu do país e militou na Brigada Internacional Simon Bolivar, importante destacamento armado durante a vitoriosa Revolução Sandinista na Nicarágua. Perseguido pelo regime fascista de Pinochet viveu exilado grande parte da sua vida. Morreu de Covid em Oviedo, pouco depois de participar no evento literário Correntes de Escrita em Portugal.


 

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