sexta-feira, 24 de maio de 2024

Um pássaro no Arame


 

Um pássaro no Arame de Manuel Alberto Vieira

 

Uma escrita hermética, violenta, fotogénica, cheia de metáforas surrealistas, que dificultam uma leitura fluida e ininterrupta. A trama ténue, quase inexistente, com base em personagens fugazes, perturbadas, psicóticas, que se movem num ambiente sombrio, triste, violento e claustrofóbico, avança caoticamente através de pequenos instantâneos.

 

Reconhecemos a explosão de uma família, em que os membros, como estilhaços projetados a alta velocidade por uma detonação desconhecida, ainda que partilhando a proximidade de uma refeição, habitam já mundos diferentes e impenetráveis pelos outros.

 

A escrita de Manuel Alberto Vieira gera perplexidade e dúvidas. Algumas frases e expressões surpreendem e agradam, como “uma casa que chora”, “prime o botão da máquina avariada”, mas o recurso permanente aos verbos ser/estar, como verbos auxiliares, diminui a qualidade da escrita.

 

Manuel Alberto Vieira (n. 1979), artista multifacetado, tradutor, romancista, poeta, fotografo, representa uma esperança na Literatura portuguesa contemporânea. Um escritor em progresso.  

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