domingo, 14 de julho de 2024

Consciência Negra


 

Consciência Negra por Steve Biko

 

Um conjunto de cinco textos criteriosamente escolhidos em que Biko explana as ideias essenciais do Movimento da Consciência Negra. O excelente prefácio de António Tonga oferece um enquadramento histórico e político do movimento.

 

No centro da luta Biko encontra-se a recusa do sistema de apartheid, do racismo e do colonialismo. Biko argumenta que a opressão a que os brancos submeteram os Negros procurou não só submete-los física, politica, económica e socialmente mas também destruir-lhes a identidade, a história, a consciência de si mesmos, destruí-los enquanto seres humanos. “Voltaram-se também para o passado do povo oprimido, e distorceram-no, desfiguraram-no e destruíram-no. A cultura africana deixou de ser uma referência e passou a ser a barbárie…A história da sociedade africana foi reduzida a batalhas tribais e guerras internas”. É necessário então despertar a Consciência Negra.

 

Assim a luta por uma Consciência Negra “tem de ser dirigida para o passado, para procurar reescrever a história do negro e para produzir nela os heróis que constituem o núcleo do passado africano”.

 

Outra particularidade do Movimento da Consciência Negra consistia na necessidade de os Negros por si próprios avançarem na luta sem a tutela dos liberais, democratas ou da esquerda branca. Só depois de transformarem a sociedade poderiam os brancos que assim o desejassem integra-la. Qual o papel dos brancos na luta de libertação? O seu papel seria o de combater no interior da sociedade branca o racismo que esta instituíra.

 

Steve Biko (1946-1977) foi assassinado pelo regime de apartheid sul-africano.

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