Uma Poesia Extrema por António Maria Lisboa
Uma coletânea de poemas, de manifestos, de textos-poéticos de António Maria Lisboa, surrealista assumido e sofrido.
Uma dialética confusa, uma escrita intrincada, simbólica e, muitas vezes, incompreensível, caracterizam a obra deste escritor. Contudo, o pequeno círculo constituído à sua volta, e que assina conjuntamente “Cadáver Esquisito Conferencista-Crítico: Afixação Proibida”, composto por Mário Cesariny, Henrique Risques Pereira e Pedro Oom, viria a ter uma importância decisiva na introdução e divulgação do movimento surrealista em Portugal, apesar de o fazer com várias décadas de atraso em relação ao primeiro manifesto de André Breton publicado em 1924 (antes de António Maria Lisboa nascer). O título “Cadáver Esquisito” é uma tradução duvidosa de Cadavre Exquis nome de um jogo de palavras inventado por Jacques Prévert e Yves Tanguy em 1925.
Algumas ideias são simplesmente exageradas e erradas como “Todas as pessoas de quem tu não gostas querem-te mal” outras fazem pensar “Um objeto pensado é um segundo objeto”, “os homens são fortes desde que defendam o que amam”. Também há escritos com os quais concordamos “Escrever com erros é ensinar a ler e a criticar. Não escrever é o mesmo que não saber ler. Não criticar é o mesmo que levar a vida a ser criticado”.
António Maria Lisboa (1928-1953), poeta surrealista português. Morreu prematuramente aos 25 anos de tuberculose. Deixou obra dispersa.
Sem comentários:
Enviar um comentário