Um funcionário público é engolido vivo e inteiro por um crocodilo quando, acompanhado pela mulher e um amigo, visitava uma exibição, organizada por um alemão e a sua mulher, de animais pouco conhecidos na Rússia. Descobre, então, que no interior do crocodilo, pode continuar a viver confortavelmente, a pensar e a produzir uma obra intelectual. Mas o que pensam os amigos? E a mulher? O que escrevem os jornais? Que pensa a sociedade deste estranho acontecimento?
O ambiente surreal, as personagens cómicas mas realistas, o tom leve e bem-humorado, os diálogos concisos e diretos, tornam este longo conto uma leitura muito agradável.
Apesar da refutação de Dostoiévski muitos viram neste texto claras referências à situação de Chernyshevsky, o fundador do populismo russo, que escreveu as suas principais obras quando se encontrava preso no interior do sistema prisional russo no tenebroso tempo do czarismo.
Fiódor Dostoiévski (1821- 1881), foi um dos maiores escritores russos do século XIX. Obras como O Irmãos Karamazov, Crime e Castigo, O Jogador, O Idiota, Gente Pobre, figuram na galeria imortal da Literatura mundial. O crocodilo foi publicado em 1865 já depois da sua conversão ao cristianismo ortodoxo.
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