Control por Adam Rutherford
Retirar lições da História para que não repitamos erros e crimes do passado. Como uma pseudociência convenceu políticos americanos, ingleses e, principalmente, alemães a implementar políticas cruéis, assassinas e completamente ineficazes orientadas para o melhoramento da raça. Como a ciência que lhe sucedeu, a genética, corre hoje o risco de seguir o mesmo caminho.
As políticas eugénicas incluíram a prisão dos chamados “débeis mentais” e de pessoas com deficiência, a sua esterilização e até a eutanásia, matando-os às centenas de milhares para que não pesassem nos gastos do estado. Primeiro nos Estados Unidos, cuja legislação foi depois copiada pelo regime nazi que lhe acrescentou a erradicação física de judeus, ciganos e dissidentes políticos, a eugenia partia do princípio que a forma de eliminar o que via como traços indesejáveis na raça superior era afastar as pessoas, cujas vidas repetia serem indignas, da reprodução e mesmo da existência. Esses foram-se alargando para incluir o abuso do álcool, e mesmo a pobreza. Com a derrota do nazi-fascismo a eugenia foi condenada e pouco a pouco abandonada nos países ocidentais.
Hoje a genética permite avançar com a seleção de embriões, descartando aqueles que são responsáveis por doenças, mas também por outros traços. Se algumas características são induzidas por um único gene, muitas outras como a inteligência estão associadas a centenas de genes. Procurar moldar o ser humano, alterando os genes, é tentador mas muito perigoso. Alterar um gene pode levar a que a criança nasça com olhos azuis, mas em compensação pode vir a desenvolver traços ou características indesejáveis que ninguém ainda sabe quais serão. A nova tentativa de melhorar a raça pode levar-nos para caminhos de grande sofrimento e crueldade. É preciso estarmos atentos.
Um livro que é uma história, mas um alerta para o presente.


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