quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Jesusalém


Um dia Deus nos virá pedir desculpa
(página 23)

Um livro surpreendente, pleno de expressões e situações fantásticas, a raiar o delírio.

Uma primeira parte deliciosa misteriosa, filosófica, que nos faz reflectir e imaginar. Uma segunda parte, com o regresso da família Vitalício à cidade / mundo ressuscitado e com o desenlace da trama, demasiado prosaica e banal, que de algum modo desbalanceia o livro e lhe retira algum do muito lustro obtido na fase da história passada em Jesusalém.

Deveras surpreendentes são cenas como a “cerimónia do desbaptismo” ou as disputas que se traduzem em “dois dedos de desconversa”, ou as que conduzem a “uma desilusão óptica” deliciosas as frases como “Não gosto de antiguar os tempos” ou “Lá anda Zacaria com nas suas maluquinações” ou ainda “No resto, vamos vagalumeando”e “Vá lá ver o que não se passa” profundas as observações “Esperas. É isso que a estrada traz. E são as esperas que fazem envelhecer”, “E todo o bom pai enfrenta a mesma tentação: guardar para si os filhos, fora do mundo, longe do tempo”.

Excelente livro. O melhor que li dos editados este ano.

1 comentário:

  1. Olá Jorge também adorei este livro! Foi o melhor que li nestas férias-

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