domingo, 28 de junho de 2009

Mirandés Stória dua lhéngua i dun pobo



Banda desenhada em língua mirandesa que conta a história da região de Miranda e da sua lhéngua.

O mirandês é a menos falada língua de origem asturo-leonesa encontrando-se hoje, quando conta com menos de 15.000 pessoas que a têm como idioma materno, à beira da extinção. Durante muito tempo considerada apenas como um português mal falado só recentemente foi consagrada como língua minoritária em Portugal, um estatuto, aliás, inútil já que nada é feito para a preservar e perpetuar.

A tradução do pertués para o mirandês é de Amadeu Ferreira, o homem que mais tem lutado pela língua da sua terra natal.

Marketing Digital


Um manual de sobrevivência no mundo virtual, um mapa de nos guia aos tesouros escondidos de uma utilização eficaz e proveitosa da internet.

domingo, 21 de junho de 2009

Morreste-me

A dor que deveras sente
Fernando Pessoa



Uma dor intensa, sofrida, imensa, omnipresente, em tudo se infiltrando, tudo usando como instrumento de tortura (“Tudo o que te sobreviveu me agride”). O que um filho sente quando perde um Pai.

Um texto espontâneo, pesado e verdadeiro. Três características tornam este livro notável no panorama literário português:

· A areligiosidade – num tema como a morte, a espiritualidade e a religião infiltram-se com facilidade e com frequência. José Luís Peixoto consegue abordar o tema sem recurso a crenças ou devoções, sem invocar a vida eterna. Sem essa esperança a morte torna-se mais definitiva, mais dura, mais real.


· A veracidade - quando alguém desaparece a tendência dos escritores do País é para o panegírico, para a evocação de qualidades sempre aumentadas, exageradas e amplificadas, que transformam o defunto naquilo que não era verdadeiramente. José Luís Peixoto não segue por esse caminho, o Pai que emerge do seu livro é uma pessoa de carne e osso, presente na educação dos filhos, mas frágil e indefeso perante a doença (“... e nós a vermos o sangue alastrar-te nas calças e no casaco de pijama. Pai que nunca te vi tão vulnerável, olhar de menino assuntado perdido a pedir ajuda. Pai, meu pequeno filho.”). Não é um herói inverosímil, mas tão só um ser humano que podemos identificar.


· A dignidade – aqui não há lugar para lamúrias, nem carpideiras, não há espaço para a pieguice, nem para a auto-vitimização, do tipo “porquê eu?”, “coitado de min”, que transmigra o foco da atenção do morto para o que chora, mas à custa da dignidade deste último. Aqui existe apenas a dor e a memória. Assumidas com verticalidade.

A ausência da religiosidade, o evitar do caracterização laudatória e a dignidade na adversidade, sem queixumes nem lamentos, afastam este livro da abordagem tradicional deste tema, e consagram este livro como uma obra maior da literatura contemporânea portuguesa.

A escrita flui num ritmo de choro digno, assumido, sentido. O texto poderia ser teatralizado, no que seria um monologo comovente.

Num país em que a edição literária aposta apenas nos filhos de família, que faz passar por escritores, e em que o único Nobel português vivo foi escorraçado para o estrangeiro, José Luís Peixoto teve, naturalmente, de recorrer à edição de autor para que o seu livros chegasse aos leitores. Ainda bem que o fez.


sábado, 20 de junho de 2009

As três vidas


Uma história sem credibilidade nem imaginação, personagens sem densidade nem consistência, uma escrita pobre, cheia de repetições de palavras e de frases, uma narrativa simples e insossa eis as características principais deste livro de João Tordo, um jovem autor na corda bamba.

O título do livro é o mesmo que Gertrude Stein deu, em 1909, à sua primeira obra publicada.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Le Sphinx D´Or


Le Sphinx D´or, publicado anos antes de eu ter nascido, foi o segundo livro da série Alix. O primeiro álbum com este jovem herói, Alix L´intrepide, tinha sido lançado oito anos antes, em 1948.

É nesta aventura, que começa na Gália no cerco a Alésia e termina junto às águas do Nilo, que aparece pela primeira vez Enak, o jovem egípcio que se vai transformar no companheiro inseparável de Alix.

Para conhecer mais sobre a obra de Jacques Martin veja-se o site:
http://www.alixintrepide.org/#

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Ewald Tragy



“Pertencer a uma comunidade sem respeitar as suas
regras é uma deslealdade para consigo próprio ...” (página 50)

Dois temas distintos tratados sequencialmente. Primeiro em Praga o jovem Ewald luta por se libertar da tutela do Pai, no eterno combate da juventude para se afirmar, para mostrar às gerações precedentes o seu valor e para conduzir de forma independente a sua vida rumo à concretização dos sonhos. É um combate difícil porque a vontade vacila já que se terá de impor aos que mais ama – no caso de Ewal o seu Pai – e porque é insegura e tímida.

Depois, com a mudança de cenário, Ewald sai de casa e muda-se para Munique, o tema muda, ou antes encontra uma outra variação. A do jovem artista torturado que se debate, indeciso, entre duas concepções do mundo e da Arte. A ambas adere entusiasmado para, de seguida, ambas rejeitar. É a personalidade a libertar-se das influências, se bem que benignas, alheias e a trilhar finalmente o seu próprio caminho. É a entrada na idade adulta.

Um livro escrito quando Rainer Maria Rilke tinha pouco mais de 20 anos e que, por ser demasiado autobiográfico, o autor nunca quis publicar em vida.

“Precisamos de uma arte suprema ... Sinais que ardam sobre todas as montanhas, de país para país – uma arte que seja um apelo, uma arte de alarme” (página 52)


La cité engloutie



O último Alix, acabado de publicar ainda este ano e ainda sem tradução para português, saído das mãos de Jacques Martin o seu criador já lá vão mais de 60 anos (as primeiras aventuras surgiram na revista belga Tintin em 1948). O rigor histórico dos cenários e dos acontecimentos é uma marca bem clara desta série.

A conquista da Gália pelos romanos encontrou forte resistência dos gauleses espiritualmente dirigidos pelos seus druidas. Eis o cenário para esta magnifica aventura do jovem herói.