domingo, 28 de fevereiro de 2010

Kikia Matcho

Kikia Matcho de Filinto de Barros


Kikia Matcho é mais uma discrição antropológica e sociologia da multiplicidade cultural guineense. Por aqui desfilam as múltiplas tribos, religiões, crenças, etnias que transformam a sociedade deste pequeno estado africano num autêntico melting pot, rico, diversificado e exuberante.

A Luta dividiu os guineenses, muitos citadinos juntaram-se no mato à guerrilha, mas outros foram alistados no exército colonial português e obrigados a combater os seus compatriotas. Outros ainda, desiludidos desertaram do PAIGC.

A desilusão com a Independência, o abandono a que foram votados os Combatentes da Luta pela Independência, o contraste entre uma liderança capaz de lançar uma guerra vitoriosa mas incapaz de desenvolver o País.

A diáspora emigrada em Portugal: um retrato terrível e verdadeiro sobre a forma racista como estes emigrantes são recebidos e de como a sua vontade de integração na sociedade portuguesa é cerceada e dificultada. “O racismo, sobretudo o desprezo, fazia-a ficar tensa. Queria ser como eles, dizer-lhes que ela era igual, que era também portuguesa como eles, que estava disposta a a cantar o Heróis do Mar, enfim, queria que Portugal fosse aquilo que sempre lhe ensinaram na escola primária: a Mãe Pátria.” Mas anos de barracas e discriminação, naturalmente eliminam esses sentimentos e os sentimentos de revolta brotam.

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