A Mesa Limão de Julian Barnes
Uma colecção de onze histórias com
uma temática comum o envelhecimento visto por dentro, pelos homens e mulheres
que em si mesmos vão notando os sinais da decadência física e intelectual e
meditam sobre a sua própria mortalidade.
Os personagens de Julian Barnes
não encaram a sua velhice com sentimento positivo, planeando o que fazer com o
tempo que dispõem tendo em conta as limitações que vão tendo, mas de uma forma
amarga, voltando-se para o passado que lembram com um misto de nostalgia,
remorso e desilusão ou tornando-se rabugentos zangados com o mundo. Não são, na
sua maioria, doentes terminais nem na generalidade têm idade muito avançada,
são antes pessoas submergidas pelo espectro de uma velhice que não conseguem
enfrentar.
Vidas simples ou complexas, artistas
ou pacatos trabalhadores, todos ficam atordoados com o declínio das suas faculdades
e experimentam um pavor e uma amargura que não podem verdadeiramente
compartilhar com ninguém. Estão sós perante um inimigo fatal: a Morte.
Um livro que, nos interroga, como
o faz Sibelius num dos contos, sobre o tempo mais adequado ao último movimento
da vida, da nossa vida. O compositor pelo seu lado decide-se por marcar na sua
pauta um sostenuto deixando para o
maestro a decisão final. Eu, por mim,
faria o mesmo.
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