The sense of an Ending por Julian Barnes
Uma reflexão exemplificada sobre o
tempo, a memória e a História. Podemos confiar na nossa memória? Lembramo-nos
de factos ou da nossa interpretação deles quando os vivenciamos? Podemos
confiar nos documentos? Ou haverá outros que os desmentem? Como poderá a
História erguer-se neste espaço em que a memória nos atraiçoa e a documentação
nos mente?
Tony Webster debate-se na neblina da
memória e dos documentos para reconstituir as razões que levaram o seu jovem e
brilhante amigo, Adrian, a suicidar-se, em plena juventude, há 40 anos atrás,
uma morte que na altura ele julgou ser motivada por razões diferentes daquelas
que agora está prestes a descobrir.
A vida é uma dádiva que podemos
rejeitar? È uma dádiva mas vem, tantas vezes, com tais condições, que se transformam
num preço que não estamos dispostos a pagar. Será então justificado o suicídio?
Os remorsos atormentam Webster quando
lê o que ele próprio escreveu quatro décadas atrás e pouco a pouco se vai
apercebendo do seu contributo para todo um drama que poderia ter sido evitado.
E o remorso não tem cura, nem o perdão o pode atenuar.
Um erro de leitura de uma frase da
mãe da namorada, dita enquanto prepara os ovos para o pequeno-almoço, pode
levar ao suicídio do nosso melhor amigo, pessoa que ela nem conhece nesse
momento? Uma frase que pensámos que nos ajudava a ler a filha e que na verdade
nos devia ter alertado para a personalidade de quem a proferia.
Julian Barnes é, sem dúvida, um
potencial Prémio Nobel.
The sense of an Ending por Julian Barnes
Uma reflexão exemplificada sobre o
tempo, a memória e a História. Podemos confiar na nossa memória? Lembramo-nos
de factos ou da nossa interpretação deles quando os vivenciamos? Podemos
confiar nos documentos? Ou haverá outros que os desmentem? Como poderá a
História erguer-se neste espaço em que a memória nos atraiçoa e a documentação
nos mente?
Tony Webster debate-se na neblina da
memória e dos documentos para reconstituir as razões que levaram o seu jovem e
brilhante amigo, Adrian, a suicidar-se, em plena juventude, há 40 anos atrás,
uma morte que na altura ele julgou ser motivada por razões diferentes daquelas
que agora está prestes a descobrir.
A vida é uma dádiva que podemos
rejeitar? È uma dádiva mas vem, tantas vezes, com tais condições, que se transformam
num preço que não estamos dispostos a pagar. Será então justificado o suicídio?
Os remorsos atormentam Webster quando
lê o que ele próprio escreveu quatro décadas atrás e pouco a pouco se vai
apercebendo do seu contributo para todo um drama que poderia ter sido evitado.
E o remorso não tem cura, nem o perdão o pode atenuar.
Um erro de leitura de uma frase da
mãe da namorada, dita enquanto prepara os ovos para o pequeno-almoço, pode
levar ao suicídio do nosso melhor amigo, pessoa que ela nem conhece nesse
momento? Uma frase que pensámos que nos ajudava a ler a filha e que na verdade
nos devia ter alertado para a personalidade de quem a proferia.
Julian Barnes é, sem dúvida, um
potencial Prémio Nobel.
Sem comentários:
Enviar um comentário