domingo, 14 de julho de 2013

The sense of an Ending

The sense of an Ending por Julian Barnes

Uma reflexão exemplificada sobre o tempo, a memória e a História. Podemos confiar na nossa memória? Lembramo-nos de factos ou da nossa interpretação deles quando os vivenciamos? Podemos confiar nos documentos? Ou haverá outros que os desmentem? Como poderá a História erguer-se neste espaço em que a memória nos atraiçoa e a documentação nos mente?

Tony Webster debate-se na neblina da memória e dos documentos para reconstituir as razões que levaram o seu jovem e brilhante amigo, Adrian, a suicidar-se, em plena juventude, há 40 anos atrás, uma morte que na altura ele julgou ser motivada por razões diferentes daquelas que agora está prestes a descobrir.

A vida é uma dádiva que podemos rejeitar? È uma dádiva mas vem, tantas vezes, com tais condições, que se transformam num preço que não estamos dispostos a pagar. Será então justificado o suicídio?

Os remorsos atormentam Webster quando lê o que ele próprio escreveu quatro décadas atrás e pouco a pouco se vai apercebendo do seu contributo para todo um drama que poderia ter sido evitado. E o remorso não tem cura, nem o perdão o pode atenuar.

Um erro de leitura de uma frase da mãe da namorada, dita enquanto prepara os ovos para o pequeno-almoço, pode levar ao suicídio do nosso melhor amigo, pessoa que ela nem conhece nesse momento? Uma frase que pensámos que nos ajudava a ler a filha e que na verdade nos devia ter alertado para a personalidade de quem a proferia.


Julian Barnes é, sem dúvida, um potencial Prémio Nobel.

Sem comentários:

Enviar um comentário