Reunion de Fred Uhlman
Uma forte e improvável amizade entre dois
jovens da elite Alemã dos anos 30 do século XX nasce no Liceu Karl Alexander em Estugarda que ambos frequentam cimentada por gostos comuns e uma busca sincera
da direção a tomar para a vida que se abre à sua frente.
A forma como as diferenças sociais, a relação
com os pais, as expetativas familiares, os colegas, os acontecimentos mundanos
e as leituras vão moldado os dois jovens, a sua visão do mundo e a sua amizade.
A propagação de uma ideologia racista e a
ascensão de Hitler ao poder vão inexoravelmente afastá-los encaminhando um, o
judeu, para o exílio e o outro, o aristocrata, para a guerra.
De forma subtil o autor mostra-nos que o
argumento contra os judeus se situava no plano étnico e não no religioso, já
que o judeu se declara agnóstico e a sua família só imprecisamente se pode
considerar judia no sentido religioso do termo.
O esforço de conciliação do aristocrata
dividido entre a admiração pelo Fuhrer e a lealdade para com o seu amigo
sugerindo a existência de bons e maus judeus, faz pairar a hipótese que Uhlman poderia
subscrever essa tese.
De carácter levemente biográfico o texto
mostra-nos uma Alemanha tranquila, culturalmente vibrante, economicamente
próspera que, na verdade, apenas existia para as classes mais altas da
população. Por aqueles anos o desemprego, a fome, a desarticulação económica e a
erosão da coesão social, criaram o caldo social em que cresceu o nazismo.
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existam edições brasileiras.
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