domingo, 23 de julho de 2017

A Brief history of Medicine



A Brief history of Medicine por Paul Strathern

Uma história sucinta da Medicina como ciência, desde os primeiros passos dados na Grécia antiga no campo da anatomia e da teoria até aos nossos dias com a descoberta do código genético impresso no ADN.

Hipócrates (460 a.C. – 370 a.C.) procurou libertar a medicina da religião e da filosofia e ergue-la como ciência baseada na observação e na prática clínica. Apoiada num modelo holístico, procurando tratar o doente e não a doença, elaborou uma prática baseada no equilíbrio dos quatro fluídos corporais.

Na sua senda veio Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), o mais brilhante aluno de Platão, que desenvolveu um entendimento do homem e da natureza ancorada na existência de quatro elementos: ar, terra, fogo e água e na ideia que o microcosmo reflete a forma do macrocosmo. Entre os seus contributos no campo da medicina surge a ideia que o coração era o local onde se encontrava a alma a qual registava as sensações corporais e instigava o pensamento e o movimento.

Também grego era Herófilo (335 a.C. – 280 a. C.), o Pai da anatomia, que identificou e baptizou uma série de órgãos como o duodeno, a próstata até aí desconhecidos. Estudou o sistema nervoso, separou os nervos motores dos nervos sensoriais e ao ver que todos levavam ao cérebro pôs em causa a teoria de Aristóteles sobre o coração.

Mas o primeiro grande médico da antiguidade foi o grego Cláudio Galeno (129-217) que criou um sistema que durou até ao século XVIII, integrando as teorias de Hipócrates e Aristóteles e mantendo a ideia que a doença não passava de um desequilibro dos quatro fluídos/humores agora associados aos quatros constituintes da natureza, a um órgão específico e a um efeito psicológico: 1) sangue-ar-coração-temperamento sanguíneo; 2) Bílis amarela-fogo-fígado-temperamento colérico 3) Bílis negra-terra-baço-temperamento melancólico e 4) fleuma-água-cerebro-temperamento fleumático.
    
Galeno foi o primeiro a provar que a urina era produzida nos rins e não na bexiga como se acreditava, a demonstrar o controlo dos nervos sobre os músculos e a mostrar a diferença entre veias e artérias.

Com a Idade Média a Europa caiu sob o domínio religioso do Cristianismo que bloqueou o desenvolvimento da Medicina ao acreditar que a doença ou é uma punição divina ou a possessão por espíritos malignos. Assim a solução é o arrependimento, a penitência, a oração ou a interceção do santo adequado.

Assim nos séculos seguintes os desenvolvimentos da Medicina ficaram a cargo da civilização muçulmana. Homens como Al-Razi, primeiro a introduzir a classificação as substâncias entre minerais, vegetais e animais, e a estabelecer para um conjunto grande de doenças a lista de sintomas, estabelecendo um diagnóstico, um prognóstico e uma prescrição para cada uma delas. O seu livro manteve durante séculos como o manual base da Medicina.

Depois veio Avicena (980-1037), com a sua imensa produção de mais de 250 livros em múltiplos campos do saber. A sua grande obra sobre medicina, Al-Quanun, O Cânone, tornou-se um clássico. Ainda no século XVII era usada nas melhores escolas de Medicina europeias. Muitos outros médicos árabes e muçulmanos continuaram a desenvolver a medicina ao longo dos séculos, até que o declínio do seu império devolveu à Itália e à sua grande escola de Pádua a liderança nesta área do saber.

O livro segue até aos nossos dias com a descoberta do código do ADN e as possibilidades abertas pelas terapias genéticas. A primeira das quais foi desenvolvida por três médicos Alain Fischer, Marina Cavazzana-Calvo e Salina Haceim-Bey salvaram um bebé com uma doença genética em França.

Uma excelente livro que nos conta de uma forma simples e empolgante a História da Medicina, desde a antiguidade à atualidade.

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