quarta-feira, 16 de maio de 2018

A Tábua de Flandres


A Tábua de Flandres de Arturo Pérez-Reverte

Um romance policial que procura através de um jogo de xadrez associado a uma pintura flamenga do século XV manter o leitor em suspense à espera que a próxima jogada nos aproxime da descoberta do assassino.

Um quadro de Pieter van Huys encerra uma mensagem escondida denunciando o assassino de um cavaleiro da corte de Ostemburgo, um pequeno ducado situado entre a Borgonha e a França de então.

Mas o que era um simples problema de análise retrospetiva para descobrir quem comeu o cavalo de num jogo de tabuleiro partida de xadrez transforma-se numa saga para descobrir um assassino em série que vai deixando uma série de pistas na forma de movimentos de xadrez.

Excessivamente descritivo, repleto de erros quer de xadrez, quer de história, o livro conseguiu considerável divulgação entre os leitores de língua espanhola, tendo mesmo sido realizado um filme com base na sua trama.

De facto van Huys (1519-1584) viveu quase 100 anos depois de a Borgonha estar completamente submetida ao reino de França depois da derrota de Carlos o Temerário em 1477 na batalha de Nancy. O seu estilo próximo de Bosch era muito diferente do evidenciado pelo quadro descrito no livro.

Por outro lado as jogadas de xadrez são consideradas de um nível de qualidade muito baixa e envergonhariam mesmo jogadores principiantes.

Temos, enfim, um best-seller, que, como muitos outros e mau grado revelar um escritor talentoso, fica muito aquém da qualidade literária que se poderia esperar.

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