quarta-feira, 13 de março de 2019

Alternativa patriótica e de esquerda


Alternativa patriótica e de esquerda

Este livro apresenta e resume as principais intervenções na Conferência realizada em Setúbal em Novembro de 2018 pelo Partido Comunista português e explana as linhas de força do pensamento e do programa político desse partido para o Portugal do século XXI.

Uma das principais preocupações é a de encarar e ultrapassar os cinco deficits estruturais do nosso país: o deficit de produção, o deficit demográfico, o deficit energético, o deficit científico e o deficit tecnológico. Vencer estes deficits é transformar o Portugal pobre e atrasado de hoje num Portugal moderno e próspero. É difícil, exige trabalho, implica romper com as políticas prosseguidas nas últimas quatro décadas, mas é possível.

De facto sem maior produção, sem uma re-industrialização do tecido empresarial, sem uma agricultura que permita alimentar a população, não será possível atingir níveis os níveis de bem-estar a que todos aspiramos. Mas esse aumento de produção exige a utilização da ciência e da tecnologia a níveis superiores aos que atualmente as empresas usam. Exige também energia e pessoas. Assim verificamos que estes cinco deficits estão profundamente interligados e na sua eliminação reside o futuro do nosso país.

Mas não será possível reverter estes deficits estruturais sem romper com os constrangimentos que os criaram e aprofundam: o Euro, a moeda alemã imposta à nossa economia, e a dívida pública, que impede o investimento e drena volumosos recursos para o estrangeiro. Sem romper com esta subjugação aos interesses da União Europeia e da Alemanha.

O livro aborda também a solução política dos últimos anos, em que a direita foi arredada do poder e com ela uma política neoliberal de privatizações, de diminuição dos serviços públicos, de redução dos direitos laborais e aumento dos impostos sobre os rendimentos mais baixos e diminuição do IRC. Por ação e pressão do PCP foi possível, mesmo contra a vontade do PS, repor vários direitos, baixar os impostos sobre o trabalho, garantir manuais escolares gratuitos, acabar com o pagamento especial por conta para micro e pequenas empresas e tantas outras medidas de carácter social.

Mas o governo do PS, defende o PCP, não quis ir mais longe e sistematicamente seguiu a política determinada pela União Europeia perdendo um boa oportunidade de dar um impulso desenvolvimentista ao país.

Um livro com uma profundidade de analise assinalável, propostas concretas para muitas áreas, mas apesar de bem elaborado surge, a espaços, como algo repetitivo de algumas ideias centrais.

Em ano de eleições é de indispensável leitura. Pode quebrar muitas ideias erradas e muitos preconceitos sobre este Partido.

Sem comentários:

Enviar um comentário