quarta-feira, 6 de março de 2019

Inteligência Artificial


Inteligência Artificial de Arlindo Oliveira

Um livro muito interessante que, contudo, pouco fala verdadeiramente de inteligência artificial.

O livro começa com um capítulo sobre a formação do universo e as origens da vida, seguido por outro sobre a evolução tecnológica – “a capacidade para desenvolver tecnologia não resulta diretamente da superior inteligência do ser humano, mas sim da propagação de conhecimento entre gerações, através da cultura”. No terceiro capítulo fala de Máquinas e nas condições necessárias à sua ascensão ao mundo inteligente – “a inteligência humana … consiste na manipulação de representações simbólicas do mundo, e na dedução de novos conhecimentos através da manipulação de representações de factos conhecidos” . A seguir fala de Símbolos e dos primeiros passos dos programas de inteligência artificial, nomeadamente o ELIZA de Wezenbaum, para concluir com o paradoxo de Moravec que nos diz que “é mais fácil reproduzir num computador comportamentos que exigem raciocínios matemáticos complexos do que reconhecer uma face ou perceber a linguagem falada, algo que uma criança faz com facilidade”.

No sexto capítulo discute-se a possibilidade de um programa informático aprender e explica o princípio dos programa de AI que começam a fazê-lo. O automóvel capaz sem condutor é explicado de forma clara “Para conduzir o sistema tem de gerar à saída dois números: um número representa o ângulo do volante, o outro a pressão no acelerador (se for positivo) ou a pressão no travão (se for negativo). Estes dois números bastam para conduzir qualquer veículo…”.

Pode um computador replicar um cérebro e as complexas interações entre os neurónios? Ainda não. Os cientistas estão e tentar fazê-lo com o cérebro de um pequeno verme cujo sistema nervoso tem apenas 302 neurónios e o animal 959 células aos todo. Um cérebro humano tem 100 mil neurónios e um número de sinapses, ligações entre neurónios, de 1.000 biliões. Tarefa ainda não atingida, por várias ordens de razões. No entanto não é tarefa impossível e será certamente conseguida “ainda no século XXI”.

E um computador consciente? Provavelmente será construído no futuro. Todo este mundo novo implica riscos? Sem dúvida, mas as vantagens parecem ser maiores que todos os efeitos eventualmente negativos.

O posfácio inclui uma apetitosa lista de leituras sobre os vários temas.

Em resumo um ensaio interessante apesar de excessivamente generalista e disperso por assuntos apenas remotamente ligados ao tema principal.

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