Inteligência
Artificial de Arlindo Oliveira
Um
livro muito interessante que, contudo, pouco fala verdadeiramente de inteligência
artificial.
O
livro começa com um capítulo sobre a formação do universo e as origens da vida,
seguido por outro sobre a evolução tecnológica – “a capacidade para desenvolver tecnologia não resulta diretamente da
superior inteligência do ser humano, mas sim da propagação de conhecimento
entre gerações, através da cultura”. No terceiro capítulo fala de Máquinas
e nas condições necessárias à sua ascensão ao mundo inteligente – “a inteligência humana … consiste na
manipulação de representações simbólicas do mundo, e na dedução de novos
conhecimentos através da manipulação de representações de factos conhecidos”
. A seguir fala de Símbolos e dos primeiros passos dos programas de
inteligência artificial, nomeadamente o ELIZA de Wezenbaum, para concluir com o
paradoxo de Moravec que nos diz que “é
mais fácil reproduzir num computador comportamentos que exigem raciocínios matemáticos
complexos do que reconhecer uma face ou perceber a linguagem falada, algo que
uma criança faz com facilidade”.
No
sexto capítulo discute-se a possibilidade de um programa informático aprender e
explica o princípio dos programa de AI que começam a fazê-lo. O automóvel capaz
sem condutor é explicado de forma clara “Para
conduzir o sistema tem de gerar à saída dois números: um número representa o
ângulo do volante, o outro a pressão no acelerador (se for positivo) ou a
pressão no travão (se for negativo). Estes dois números bastam para conduzir
qualquer veículo…”.
Pode
um computador replicar um cérebro e as complexas interações entre os neurónios?
Ainda não. Os cientistas estão e tentar fazê-lo com o cérebro de um pequeno
verme cujo sistema nervoso tem apenas 302 neurónios e o animal 959 células aos
todo. Um cérebro humano tem 100 mil neurónios e um número de sinapses, ligações
entre neurónios, de 1.000 biliões. Tarefa ainda não atingida, por várias ordens
de razões. No entanto não é tarefa impossível e será certamente conseguida “ainda no século XXI”.
E um
computador consciente? Provavelmente será construído no futuro. Todo este mundo
novo implica riscos? Sem dúvida, mas as vantagens parecem ser maiores que todos
os efeitos eventualmente negativos.
O posfácio
inclui uma apetitosa lista de leituras sobre os vários temas.
Em
resumo um ensaio interessante apesar de excessivamente generalista e disperso
por assuntos apenas remotamente ligados ao tema principal.
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