Love in Vain de Mezzo e J.M. Depont
Depois da banda desenhada ter irrompido como
uma forma artística nos anos 70 do século passado, nas últimas décadas este género,
considerado por muitos como menor, tem vindo a reinventar-se na novela gráfica,
uma forma híbrida que combina a qualidade gráfica herdada da banda desenhada
clássica com a estrutura e a qualidade da grande Literatura.
Love in Vain, cujo título é inspirado no
nome de uma canção, conta-nos a história atribulada, sofrida e de Robert
Jonhson um talentoso cantor de negro norte-americano de blues que viveu nas
primeira décadas do século XX.
Nascido no sul profundo, no Mississipi
racista, Robert cresce num mundo repleto de violência, pobreza, miséria e
sofrimento. A sua saga partilhada com milhões de outros negros igualmente presos
a plantações de algodão, a patrões violentos, submetidos a leis iniquas.
Viúvo aos 19 anos, preso apenas por ser
negro, vítima da violência policial, a sua existência foi uma sucessão
dificuldades. Uma vida de tombos, de voltas e reviravoltas, sem eira nem beira em
que no meio do caos Johnson procura firmar uma carreira como compositor, musico
e cantor. Morreu aos 27 anos. Nasceu uma lenda.
Os desenhos de Mezzo, a preto e branco, são
comoventes e belos criando uma atmosfera dura, triste e realista. Os textos de
Jean Michel Dupont dão voz a uma história verdadeira mas romanceada. Uma dupla
francesa com raízes profundas na tradição belga.
Love in Vain composta por Robert Jonhson
acabou muito mais tarde por se tornar um existo dos Rollings Stones.
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