A Baixa às 4 da tarde por André Brun
Num estilo bem-humorado, embora muitas vezes
preconceituoso e elitista, André Brun descreve-nos o ambiente da Baixa lisboeta
no final da segunda década do século XX.
Delimitando a baixa a zona entre o Largo das
Duas Igrejas, o Rossio e a Rua da Prata, definindo-a como o âmago da cidade,
como o centro cosmopolita de Portugal para lá do qual “estende-se, para um lado o Minho longínquo, cheio, ao que se diz de
lindas raparigas e alegres romarias; para o outro, para um Algarve beijado pelo
sol”, André Brun descreve-nos, em pinceladas largas, coloridas e certeiras as
ruas, as lojas, mas acima de tudo os vários tipos de pessoas que se aglomeram
nos cafés, nas esquinas, em frentes das vitrinas do comércio, no interior das
livrarias e dos estabelecimentos comerciais.
Um texto escorreito, leve, divertido e que à distância
de mais de um século nos ajuda a perceber a ociosidade e a forma de vida das
elites portuguesas dos finais da monarquia e do início da república.
O texto resulta de uma palestra que o autor
deu no dia 8 de dezembro de 1910 no salão Trindade … na baixa.
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