sábado, 14 de agosto de 2021

O Mapa e o Território

Mapa e o território

 

A existência humana com a sua decadência inexorável, com as doenças e sofrimentos, com a sua imperiosa finitude, coloca-nos sempre o desafio de como a viver.

Qual o lugar do trabalho, qual a importância das amizades e da família, que marca queremos deixar, quão duradoira será? Nesta obra Michel Houellebecq reflete sobre a sociedade moderna, em que o ser humano passa superficialmente pelas coisas, não se apegando a nada e a ninguém, saltando de projeto em projeto sem objetivo nem finalidade. Uma vida desapegada, solitária, que proporciona também uma certa serenidade e uma aceitação triste do mundo tal qual é. No fim só resta a morfina ou a eutanásia.

As ambições e as utopias são perigosas pois levam à desilusão e ao sofrimento, a paixão implica um investimento pessoal incompatível com a profissão ou a modorra, a retração e a distância permitem a impassibilidade tranquila e a neutra imperturbabilidade. Dir-se-ia a forma moderna do budista que se retira da sociedade para solitário meditar.  

Um livro engenhoso, muito imaginativo, de leitura fácil que aborda temas profundos e difíceis.

Michel Houellebecq (n. 1958) romancista e poeta francês, ganhou o Prémio Goncourt com este livro. A sua obra tem gerado muita polémica, nomeadamente as suas posições contra a imigração incluindo a de portugueses.

 

 

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