O Processo
Esta obra distópica, deixada inacabada de Franz Kafka, felizmente resgatada pelo seu amigo Max Brod, escrita em plena I Guerra Mundial, é um clássico da Literatura Mundial.
Trata-se de uma crítica demolidora dos meandros da Justiça e dos Tribunais, da forma labiríntica, secreta, ziguezagueante e errática como de desenrolam os processos e é administrada a Justiça. O réu, sem saber sequer de que é acusado, perdido num emaranhado regras absurdas, de intervenientes grotescos, de secretarias em ambiente sufocante de irreal pesadelo, não sabe como agir. O ser racional confrontado com a irracionalidade torna-se incapaz de pensar e atuar.
A lenda da Lei contada por um padre e as suas múltiplas, intrincadas e contraditórias interpretações é uma certeira alegoria condenatória do Direito tal como ele vem sendo entendido nas sociedades ocidentais, um direito que excluiu a maioria e se esconde atrás de poderosos guarda-portões.
Kafka recorre neste livro ao absurdo, o exagero, ao extremo, como forma de caricaturar e desmontar a organização e o funcionamento da Justiça.
Franz Kafka (1883-1924), escritor checo de língua alemã, contraiu tuberculose em 1917, doença incurável na época, de que veio a morrer precocemente aos 40 anos.
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