terça-feira, 25 de agosto de 2009

Combateremos a Sombra





Parole, Parole, Parole, Parole, Parole
encore des Paroles que tu sèmes au vent

Encore des mots toujours des mots
les mêmes mots
Rien que des mots



Parra, muita parra e pouca uva. Palavroso assim é este livro de Lídia Jorge. As mais simples e lineares ideias são expressas com dezenas e dezenas de palavra, que sem contribuírem para uma melhor explanação do conceitos, nem para uma melhor nitidez dos episódios, nem mesmo para um recorte mais preciso das personagens, concorrem para tornar o texto chato, aborrecido, sem ritmo nem cadência. Daria um excelente filme da escola portuguesa a la Manuel Oliveira.

A história é de uma linearidade acabada, tudo alinhado do princípio ao fim, sem uma surpresa, sem um desvio. O herói do romance é um psicólogo, Osvaldo Campos, perdido num mundo que não conhece mas em que pretende ingenuamente actuar. O seu perfil é inverosímil, um ser tão incauto, que sabendo que vinte e uma personalidades de peso da sociedade estão implicadas numa rede criminosa desata a enviar cartas a tudo o que é instituição declarando-se pronto a testemunhar, tão sincero que tendo posto a namorada a salvo no estrangeiro depois conta a toda a gente onde ela está. A sua estupidez é deveras surpreendente.

Pior Osvaldo Campos é um psicólogo incompetente, seguidor tardio de Freud - hoje visto mais como um avô desta ciência do que como alguém cujas ideias ainda sejam seguidas.

Enfadonho. Não gostei. Muito fraco.

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