segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Trás-os-Montes

 Trás-os-Montes por Tiago Patrício


Um conjunto de retratos muito desfocados, sem densidade nem recorte psicológico substantivo, mal colados por uma trama ligeira baseada numa maldade infantil muito anunciada e concretizada com a surpresa de ficar muito aquém do profetizado.

A aldeia transmontana retratada podia ser praticamente em qualquer ponto do Portugal rural, nada a caracterizando, nem mesmo a forma de cruz gamada que parecia apresentar aos olhos de um miúdo vesgo, como situada no nordeste do país a não ser a declaração expressa do autor.

O parágrafo inicial, o melhor conseguido do livro, surge como exterior ao próprio texto, uma enxertia tardia e sem sentido, já que a casa não mais aparece na história, nem tem qualquer interferência no desenrolar dos poucos acontecimentos relatados.

O ter sido galardoado com o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís de 2011 oferecido pelo Estoril-Sol diz mais sobre a pouca qualidade do galardão do que sobre o mérito da obra.

Uma estreia com o pé esquerdo.

1 comentário:

  1. Olá Jorge

    Tal como me sugeriu visitei o seu blog e li o artigo sobre o livro Trás-os-Montes. Não sei se ficou com uma ideia diferente da densidade e das problemáticas que atravessam o livro de princípio ao fim, depois do encontro de hoje com os leitores na biblioteca de Algés.
    Não querendo ser juiz em causa própria, deixo apenas aqui o link de uma crítica da revista LER:

    http://bibliotecariodebabel.com/tag/tiago-patricio/

    um abraço e deixe-me felicitá-lo pelas imensas leituras que tem feito, quer em qualidade quer em quantidade.
    tiago

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