domingo, 16 de março de 2014

Guerra e Marginalidade

Guerra e Marginalidade por Luís Alves da Fraga

O envio de tropas portuguesas para França, para as trincheiras da linha da frente, combater pelos Franceses contra os Alemães encontrou enorme resistência quer em Portugal quer nas próprios soldados que foram enviados para a Flandres francesa.

Com uma liderança incompetente, pobremente fardados,  mal alimentados os soldados portugueses foram dizimados nas trincheiras, derrotados em La Lys.  Esfomeados, os soldados portugueses roubaram batatas e nabos ao agricultores locais, gelados e mal calçados furtaram roupa interior, camisolas, ceroulas e botas nas casas aos civis franceses. Contra oficiais arrogantes que lhes batiam revoltaram-se várias vezes.  Face a uma guerra que não desejavam, e que alguns apelidavam de imperialista, desertaram, amotinaram-se, recusaram-se a morrer em combate,

Por estas acções foram reprimidas com brutalidade pelas hierarquias militares. Primeiro com a prisão de centenas de soldados e depois, já desesperados por não conseguirem liderar os seus próprios compatriotas, metralhando e matando os insubmissos.

A presença militar portuguesa na primeira Grande Guerra foi a todos os títulos desastrosa: incapaz no plano militar não conseguiu, por isso, ganhos políticos na mesa das negociações da rendição dos alemães e seus aliados austríacos. No final apenas uma dívida externa colossal que mais nos aproximou dos vencidos do que dos vencedores.

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