O Leitor de Bernhard Schlink
A relação entre uma
guarda de um campo de extermínio alemã, responsável por seleccionar as mulheres que periodicamente eram enviadas para a morte e um jurista alemão. Uma relação profunda e atribulada que o leva
a ler-lhe os clássicos da Literatura em voz alta, primeiro presencialmente e
depois que ela foi condenada a prisão perpetua a gravar a leitura e enviar-lhe
as cassetes.
O livro apresenta a
assassina a uma luz positiva, como vitima da sua vergonha pela condição de
analfabeta e pelas erradas decisões morais que o leitor vai tomando ao longo da
vida para com ela. Mas podem as culpas de um apagar os grandes crimes de outro?
Eis o que pretende Schlink. Tornar a criminosa em dupla vitima e com isso relativizar os seus pecados. Mas a correta
resposta à pergunta é não. Não é possível esquecer o horror dos campos da
morte, nem contrabalança-los com uma traição, nem justifica-los com um qualquer complexo
de analfabetismo.
Este livro é no fundo uma tentativa subtil e
inteligente de branquear os horrores cometidos pelos alemães durante a II
Grande Guerra e revela a ambivalência
com que os alemães vêm o passado do seu país durante o período em que foram
governados dos Hitler.
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