O Anel dos Löwenskölds de Selma Lagerlöf
Cada povo tem um Rei e uma época memoráveis
em torno dos quais se constroem e difundem muitas lendas, histórias e mitos.
Entre nós temos D. Pedro I pai de dois Reis, com os seus amores com Dona Inês,
com as suas guerras contra o próprio Pai e Rei Dom Afonso IV. Entre os suecos avulta
Carlos XII.
Carlos XII (1682-1718) semeou o terror na
Europa do seu tempo durante a Grande Guerra do Norte. Os seus exércitos entraram
vitoriosos na Dinamarca e na Polónia onde substituiu o Rei, August II Mocny,
por outro seu aliado Stanisław Leszczyński, mas ao tentar invadir a Rússia foi
derrotado e teve de fugir procurando refúgio na corte Otomana. Regressado à
Suécia novamente entrou em guerra com a Dinamarca tentando conquistar a
Noruega. Aí morreu no campo de batalha.
A História que Selma Lagerlöf nos conta,
sobre a maldição de um anel, oferta de Carlos XII, roubado ao cadáver do grande
General Löwenskölds que se distinguiu nas campanhas militares de Carlos XII,
mostra-nos uma Suécia rural, mas já sem traços do servilismo feudal e em que as
mulheres se revelam independentes, decididas e sem tutelas masculinas.
O anel vai passando de mão em mão trazendo a
desgraça e a morte a quem o detêm, consciente ou inconscientemente, a cada
momento, só podendo a mortífera cadeia ser interrompida com a devolução do anel
ao seu legítimo proprietário que poderá então descansar em Paz.
Uma escrita cuidada, clara e luminosa que nos
envolve e nos prende.
É o primeiro tomo de uma trilogia que inclui
as obras Charlotte Löwensköld e Anna Svärd.
A escritora sueca Selma Lagerlöf (1858-1940)
ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1909, sendo a primeira mulher a
consegui-lo. Militou no movimento feminista e foi membro da Associação Nacional
para o Sufrágio das Mulheres.
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