quarta-feira, 3 de abril de 2019

O Anel dos Löwenskölds


O Anel dos Löwenskölds de Selma Lagerlöf

Cada povo tem um Rei e uma época memoráveis em torno dos quais se constroem e difundem muitas lendas, histórias e mitos. Entre nós temos D. Pedro I pai de dois Reis, com os seus amores com Dona Inês, com as suas guerras contra o próprio Pai e Rei Dom Afonso IV. Entre os suecos avulta Carlos XII.

Carlos XII (1682-1718) semeou o terror na Europa do seu tempo durante a Grande Guerra do Norte. Os seus exércitos entraram vitoriosos na Dinamarca e na Polónia onde substituiu o Rei, August II Mocny, por outro seu aliado Stanisław Leszczyński, mas ao tentar invadir a Rússia foi derrotado e teve de fugir procurando refúgio na corte Otomana. Regressado à Suécia novamente entrou em guerra com a Dinamarca tentando conquistar a Noruega. Aí morreu no campo de batalha.

A História que Selma Lagerlöf nos conta, sobre a maldição de um anel, oferta de Carlos XII, roubado ao cadáver do grande General Löwenskölds que se distinguiu nas campanhas militares de Carlos XII, mostra-nos uma Suécia rural, mas já sem traços do servilismo feudal e em que as mulheres se revelam independentes, decididas e sem tutelas masculinas.

O anel vai passando de mão em mão trazendo a desgraça e a morte a quem o detêm, consciente ou inconscientemente, a cada momento, só podendo a mortífera cadeia ser interrompida com a devolução do anel ao seu legítimo proprietário que poderá então descansar em Paz.

Uma escrita cuidada, clara e luminosa que nos envolve e nos prende.

É o primeiro tomo de uma trilogia que inclui as obras Charlotte Löwensköld e Anna Svärd.



A escritora sueca Selma Lagerlöf (1858-1940) ganhou o Prémio Nobel da Literatura em 1909, sendo a primeira mulher a consegui-lo. Militou no movimento feminista e foi membro da Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres.

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