Billy
Bud de Herman Melville
Um jovem forte, belo e ingénuo marinheiro é
incorporado à força na Marinha de Guerra inglesa. Pela sua candura, boa
disposição e retidão torna-se popular entre os colegas mas simultaneamente suscita
um ódio tão profundo como inexplicável de um oficial subalterno.
A eterna luta entre a ingenuidade e a
intriga, entre Bem e o Mal, entre a Justiça e a Lei, entre a moral e disciplina
militar em que as primeiras raramente se conseguem afirmar e as segundas
imperam.
A história passa-se depois das revoltas de Spithead
e de Nore em 1797, num momento em que o Reino Unido mantinha uma guerra contra
a França revolucionária, em que milhares de marinheiros da Marinha Real britânica
se rebelaram em grande número contra as condições de vida e as sistemáticas injustiças
abordo dos navios de guerra. Este contexto histórico explica em boa medida
várias decisões tomadas pelos principais personagens.
Um tempo em que “dificilmente um marinheiro ou um oficial subalterno conseguia falar ao
comandante”, um tempo confuso e caótico em que para muitos “o espirito da época aparecia-lhes como a
figura do gigante Adamastor de Camões: um eclipse ameaçador cheio de prodígio e
mistério”.
O romance termina com um belo poema que nos
fala do destino trágico de Billy Bud “Estás
aí sentinela?/ Vem, solta-me um pouco os ferros dos pulsos/ E embala-me
docemente/ Tenho sono e as algas giram à minha volta”.
A última obra de Herman de Melville (que nela
trabalhou a partir de 1888 até à sua morte três anos depois. Só foi publicada
em 1924.
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