Libertar o Futuro de Antonio Gramsci
Um conjunto de artigos e pequenos textos
escritos por Antonio Gransci (1891-1937) entre 1916 e 1926 agora reeditados
numa parceria entre a Seara Nova e Outro Modo.
Gramsci, jornalista de profissão, publicou no
Avanti, então jornal do Partido Socialista, em que militou até à cisão que
levou à criação do Partido Comunista Italiano em 1921 de que foi um dos mais
destacados dirigentes. Nesse caminho para a fundação do PCI o jornal que
Gramsci criou com Palmiro Togliatti, o L'Ordine Nuovo, foi fundamental.
Neste livro encontramos vários textos
publicados nestes dois jornais. Em 1924 entra no Parlamento eleito pelo Véneto.
Aqui encontramos o seu discurso parlamentar durante a discussão da Lei fascista
que proibiu a maçonaria e outras organizações secretas.
O período em que escreveu estes textos dispersos
foi o compreendido entre a parte final da I Guerra Mundial e a sua prisão em
1926. Um tempo em que o governo burguês democrático faliu e o fascismo ascendeu
ao poder (1922).
Gramsci escreve sobre a atualidade política
do seu tempo pelo que episódios históricos como a instauração de uma ditadura
fascista em Fiume por Gabriele D’Annunzio, o primeiro a intitular-se Duce, as
lutas operárias, o assassinato de Matteotti em 1924, entre outros encontram
aqui eco.
Percorrendo 10 anos intensos estes textos
mostram a evolução do pensamento de Gramsci primeiro como socialista, depois
como apoiante da Revolução de Outubro e finalmente como dirigente comunista.
Esta evolução é particularmente patente nas diversas análises sobre o movimento
fascista que faz ao longo dos anos – algumas bem ingénuas e erradas.
Muito interessante a sua opinião sobre os
sindicatos e a posição dos comunistas no seu interior.
Após a sua prisão em 1926 foi condenado e só
saiu da cadeia em 1934 já muito doente. Morreu aos 46 anos. Durante o
confinamento escreveu a sua obra principal editada postumamente, os famosos, Cadernos
do Cárcere.
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