Querida Ijeawele por Chimamanda Ngozi
Adichie
Num tom suave, doce, extremamente cativante
Chimamanda escreve aqui, em jeito epistolar, um repositório de bons concelhos a
uma amiga, recentemente mãe, sobre como educar a filha para se tornar uma
Mulher de corpo inteiro, cidadã ativa e ciente do seu lugar na sociedade – como
alguém disse a Mulher é metade do Céu e ninguém lhe deve ocupar a sua metade do
mundo, remetendo-a para lugar subalterno.
São, ao todo, 18 sugestões a um tempo
inteligentes, simples e indiscutíveis que Chimamanda nos deixa. A primeira
sugestão “ Sê uma pessoa inteira. Ser mãe é uma dádiva maravilhosa, mas não te
definas unicamente por esse estatuto. Sê uma pessoa completa. A tua filha beneficiará
disso”. A segunda é “Façam-no juntos”, i.e. o pai deverá “fazer tudo o que as
suas características biológicas lhe permitem-ou seja, tudo menos amamentar”.
Essa partilha de responsabilidade é fulcral. A terceira é desde cedo ensinar à
criança que os papeis de género são uma tolice – “ «Porque és uma menina» nunca
é razão para nada”.
Outras sugestões incluem ensinar “a gostar
dos livros”, “a questionar a linguagem”, a não encarar o casamento “como uma
forma de realização pessoal”, a “rejeitar o desejo de agradar”, e tantos outros
ensinamentos que permite à jovem rapariga crescer independente e ciente dos
seus direitos.
Um livro que todas as mulheres,
principalmente as mães, devem ler.
Chimamanda
Ngozi Adichie (n. 1977) é uma escritora nigeriana e uma das mais importantes
vozes femininas da atualidade. Passou recentemente por Portugal, onde infelizmente
passou globalmente desapercebida dos principais órgãos de comunicação social.
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