domingo, 25 de abril de 2021

On the value of Money

 

On the Value of Money de Paulo Casaca

 

Um livro arrojado que noutro país seria motivo para uma rica e frutuosa discussão sobre conceitos e caminhos para a Economia como ciência social.

 

Desde logo a proposta de dividir a atual Economia em duas ciências separadas:  a Macroeconomia, remetida para a Política, e a microeconomia que se passaria a denominar Catalaxia, ou seja o estudo dos mercados e da fixação dos preços nos mercados.

 

O preço cuja fixação e evolução é determinante para o funcionamento da maioria dos mercados é o do dinheiro. Como determinar o valor do dinheiro? A teoria clássica, que encontra a sua linha genealogica em Adam Smith e que passa por Marx, sustenta que o valor das mercadorias reside no trabalho necessário para a sua produção, outros procuram no mercado a fonte do valor. Nesta última senda Casaca propõe o regresso ao conceito aristotélico de crematística, com base nos desenvolvimentos que este conceito teve em meados do século XIX.

 

Partindo dos escritos de William Stanley Jevons (1835-1882), um dos primeiros economistas modernos, e da sua teoria da utilidade marginal e da respectiva aplicação ao dinheiro, nomeadamente através das suas celebres equações, Casaca mostra as limitações dessa análise e que alguns dos seus desenvolvimentos  mais recentes, nomeadamente os propostos por Slutsky contêm importantes erros que os invalidam. Em alternativa propõe um modelo dinâmico de integração.

 

A confirmação dos estudos de Paulo Casaca, nomeadamente da sua prova dos erros de Slutsky e da sua alternativa dinâmica comprovariam que estamos em presença de um importante passo em frente na ciência da crematística. Conceitos como preços em “paridade de poder de compra” ou conceitos como “inflação” poderiam então, com vantagem, ser substituídos por estudos empíricos mais rigorosos.

Um livro para economistas que o leigo terá muita dificuldade em seguir, mas cuja importância para o campo de Economia se pode revelar elevada. Triste que neste país se não organize uma discussão alargada sobre esta obra.

 
 

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