Dias Felizes de Samuel Beckett
Uma
peça assustadora, que nos deixa angustiados e nos faz reflectir no sentido, ou
falta dele, da Vida.
Um
enorme vazio. A terra, como diria Guerra Junqueiro, “seca, deserta e nua”, os dias iguais, as vidas ocas, sem
sentido, numa sucessão de dias falsamente felizes em que há “Tão poucas coisas
a dizer, tão poucas a fazer, e o medo…”, e depois o nada.
O
drama da existência humana com a sua consciência, com a sua inteligência, mas
sem qualquer pista que nos mostre um caminho, que nos dê uma finalidade. E,
contudo, precisamos que “aconteça alguma coisa no mundo”.
Beckett
cultiva uma dramaturgia despojada, um teatro do absurdo, em que vai ao âmago
das perguntas primordiais do Ser Humano sobre a sua identidade e sobre o seu
propósito.
Mas
a sua solução a estas questões é, no fundo, uma resposta derrotista, obcecada
pelo aparente absurdo da Vida, sem se aperceber que o sentido teleológico da
Vida não existe e pelo contrario o objectivo da Vida é ser Vivida e nada mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário