segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Eu que servi o Rei de Inlaterra por Bohumil Hrabal

Uma primeira em que o narrador conta a sua vida, primeiro como jovem criado checo, profissão em que aprende a ver tudo, ouvir tudo mas em simultâneo não ver nada e não ouvir nada. O ordenado é pequeno mas as gorjetas generosas principalmente quando se serve os comerciantes, corretores e políticos locais nas suas noites de folia em que se empanturram de comida e bebida na companhia de lindas meninas.  

 Depois como jovem adulto que serve o Imperador da Etiópia enamora-se de uma ginasta alemã com quem casa em plena ocupação nazi. Os alemães humilham-no mas sobrevive à guerra e é mesmo preso no final o que lhe permite escapar a uma dura condenação por colaboracionismo. Graças a uma colecção de selos que a sua mulher roubara a judeus polacos consegue tornar o seu sonho realidade – torna-se hoteleiro, mas apesar disso não é aceite entre os seus antigos patrões como um deles.

Esta primeira parte escrita num estilo pícaro, leve e vibrante está cheia de humor e ingenuidade.

Na segunda parte em que o herói se retira para a floresta, para as terras anteriormente ocupadas por agricultores alemães entretanto expulsos, assistimos a uma reflexão profunda sobre o significado da vida e a escrita altera-se para um tom mais introspectivo, melancólico e humano.

Hrabal foi um autor controverso que apoiou simultaneamente o regime socialista checoslovaco, que promoveu as suas obras, e o grupo oposicionista Carta 77.

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