quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Esteiros

Esteiros de Soeiro Pereira Gomes



Uma bela história de meninos pobres crescendo com fome, frio e múltiplas privações nos esteiros agrestes da margem direita do rio Tejo, já perto de Lisboa.

O Gineto, o Maquineta, o Gaitinhas e tantos outros surgem-nos vivos, reais, humanos, crianças exploradas nos telhais e nos valados, privadas da escola, mas fortes, inteligentes e determinadas.

Para alguns a vida é breve, para todos dura e difícil, um crescimento que é um desfazer de ilusões com a desistência da escola, a ilusão esfumada de um trabalho fabril e um inculcar de uma realidade injusta e frustrante e as tentações de caminhos mais fáceis.

Um retrato da vida ao longo das estações, cada uma com as suas dificuldades, as relações entre os vários grupos e classes sociais, os proprietários, os rendeiros, os industriais, os capatazes e os trabalhadores. O trabalho infantil, as condições de trabalho, a mera sobrevivência, a tuberculose, a solidariedade, mas também a indiferença de muitos perante a desgraça alheia.

Um livro essencial da Literatura portuguesa. Indispensável para compreender o nosso país, a nossa gente e a forma, muitas vezes cruel, como nos relacionamos.

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