Esteiros de Soeiro Pereira Gomes
Uma bela história de meninos pobres crescendo
com fome, frio e múltiplas privações nos esteiros agrestes da margem direita do
rio Tejo, já perto de Lisboa.
O Gineto, o Maquineta, o Gaitinhas e tantos
outros surgem-nos vivos, reais, humanos, crianças exploradas nos telhais e nos
valados, privadas da escola, mas fortes, inteligentes e determinadas.
Para alguns a vida é breve, para todos dura e
difícil, um crescimento que é um desfazer de ilusões com a desistência da
escola, a ilusão esfumada de um trabalho fabril e um inculcar de uma realidade
injusta e frustrante e as tentações de caminhos mais fáceis.
Um retrato da vida ao longo das estações,
cada uma com as suas dificuldades, as relações entre os vários grupos e classes
sociais, os proprietários, os rendeiros, os industriais, os capatazes e os
trabalhadores. O trabalho infantil, as condições de trabalho, a mera sobrevivência,
a tuberculose, a solidariedade, mas também a indiferença de muitos perante a
desgraça alheia.
Um livro essencial da Literatura portuguesa.
Indispensável para compreender o nosso país, a nossa gente e a forma, muitas vezes cruel, como nos
relacionamos.
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