quinta-feira, 5 de maio de 2016

The Tragedy of Great Power Politics



The Tragedy of Great Power Politics por John J. Mearsheimer


Este livro lança uma nova versão do realismo na Teoria das Relações Internacionais: o realismo ofensivo.

Depois da falência explicativa das duas versões anteriores, a clássica de Hans Morgenthau e a estrutural de Waltz, surge este desenvolvimento, mais duro e cínico na forma de encarar os outros países e as suas intensões na arena internacional e mais perigoso nas prescrições que faz relativamente à forma de como lidar com os outros países.

Mearshimer parte de algumas premissas semelhantes às dos seus predecessores realistas, nomeadamente quanto à centralidade dos Estados como actores principais da cena internacional, quanto ao carácter anárquico, isto é sem que haja uma autoridade acima dos Estados, como se organiza a comunidade dos países. Também concordo com Waltz que a estrutura e a dinâmica do sistema internacional se baseia no número de grandes potências existentes e que essa estrutura pode ser unipolar, bipolar ou multipolar.

Mas enquanto os anteriores realistas atribuíam ao Estado o desejo de sobreviver, Mearsheimer vai mais longe e atribui-lhes a vontade de maximizar o seu poder relativo, transformando as relações internacionais numa competição de soma nula sem arbitro e, consequentemente, sem princípios pelo poder relativo.

Cada grande potencia procura então tornar-se hegemónica no seu continente, i.e. tornar-se um país hegemónico regional, para de seguida se espraiar pelo mundo.

Actualmente no globo apenas um país, os Estados Unidos (EUA), consegui alcançar a hegemonia no seu continente. Mas segundo Mearsheimer os EUA não tem força suficiente para se tornarem uma potência mundialmente hegemónica pelo que a sua política deve ser a de impedir a emergência de um rival noutro continente, de evitar outra hegemonia regional, aliando-se com as potências que se opõem a esse potencial hegemónio.

 Assim foi no passado quando os EUA entraram na primeira e na segunda guerra mundiais para evitar a ascensão da Alemanha à hegemonia na Europa e do Japão na Ásia. O mesmo se passou durante a Guerra Fria, contra a União Soviética.

O mesmo se deve agora passar na Ásia para evitar a hegemonia chinesa, país contra o qual prescreve desde já que os EUA promovam uma aliança para a combater antes que seja tarde.

Um livro importante que traduz o pensamento estratégico americano nas Relações Internacionais.

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