The Tragedy of Great Power Politics por John J. Mearsheimer
Este
livro lança uma nova versão do realismo na Teoria das Relações Internacionais:
o realismo ofensivo.
Depois da falência explicativa das duas
versões anteriores, a clássica de Hans Morgenthau e a estrutural de Waltz,
surge este desenvolvimento, mais duro e cínico na forma de encarar os outros
países e as suas intensões na arena internacional e mais perigoso nas prescrições
que faz relativamente à forma de como lidar com os outros países.
Mearshimer parte de algumas premissas
semelhantes às dos seus predecessores realistas, nomeadamente quanto à
centralidade dos Estados como actores principais da cena internacional, quanto
ao carácter anárquico, isto é sem que haja uma autoridade acima dos Estados, como
se organiza a comunidade dos países. Também concordo com Waltz que a estrutura e
a dinâmica do sistema internacional se baseia no número de grandes potências
existentes e que essa estrutura pode ser unipolar, bipolar ou multipolar.
Mas enquanto os anteriores realistas atribuíam
ao Estado o desejo de sobreviver, Mearsheimer vai mais longe e atribui-lhes a
vontade de maximizar o seu poder relativo, transformando as relações
internacionais numa competição de soma nula sem arbitro e, consequentemente,
sem princípios pelo poder relativo.
Cada grande potencia procura então
tornar-se hegemónica no seu continente, i.e. tornar-se um país hegemónico
regional, para de seguida se espraiar pelo mundo.
Actualmente no globo apenas um país, os
Estados Unidos (EUA), consegui alcançar a hegemonia no seu continente. Mas
segundo Mearsheimer os EUA não tem força suficiente para se tornarem uma potência
mundialmente hegemónica pelo que a sua política deve ser a de impedir a
emergência de um rival noutro continente, de evitar outra hegemonia regional,
aliando-se com as potências que se opõem a esse potencial hegemónio.
Assim foi no passado quando os EUA entraram na
primeira e na segunda guerra mundiais para evitar a ascensão da Alemanha à
hegemonia na Europa e do Japão na Ásia. O mesmo se passou durante a Guerra Fria,
contra a União Soviética.
O mesmo se deve agora passar na Ásia para
evitar a hegemonia chinesa, país contra o qual prescreve desde já que os EUA
promovam uma aliança para a combater antes que seja tarde.
Um livro importante que traduz o
pensamento estratégico americano nas Relações Internacionais.
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