Mandem Saudades por Mário Augusto
Um pequeno ensaio sobre a emigração portuguesa para o Havai em finais do século XIX princípios do século XX. Uma emigração empurrada pela fome, forçada pelas dificuldades num país sempre pronto a sacrificar os seus filhos. Os portugueses faziam uma longa viagem em barcos, apinhados em porões imundos, com escassa distribuição de comida. As crianças morriam de doenças diversas e os adultos adoeciam e alguns também morriam. As mulheres davam à luz nesses escuros e pouco ventilados porões.
Os principais focos desta emigração foram os arquipélagos da Madeira e dos Açores e no continente as zonas do Alentejo e de Trás-os-Montes. A maioria partiu para nunca mais voltar. Os que se não quiseram suportar as condições de trabalho desumano das plantações do Havai rumaram para a Califórnia, onde se estabeleceram.
Com o fim da escravatura o Reino do Havai, na altura país independente, depois anexado pelos Estados Unidos, precisava de trabalhadores para cortar a cana-de-açúcar nas grandes plantações detidas pelos norte-americanos. Era para esse trabalho duro e difícil que os portugueses iam. As condições eram terríveis.
Este livro conta-nos a saga desta emigração. Muito interessante.
Mário Augusto (n. 1963) é jornalista e trabalha para a RTP.
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