segunda-feira, 20 de junho de 2022

O Mundo que o Português Criou

O Mundo que o Português Criou de Gilberto Freyre

 

Uma das obras mais emblemáticas de Gilberto Freyre O Mundo que o Português Criou é um texto fortemente datado. Foi publicada em 1940, um período em que se discutia no Brasil o papel das várias línguas europeias, o português, o alemão e o italiano e a possibilidade de diferentes Estados adotarem diferentes línguas. Freyre defende aqui o primado do português, sem prejuízo para a plasticidade da língua absorver termos de diversas origens, nomeadamente das citadas línguas europeias mas também das línguas índias e das línguas africanas. Apoiado nesta visão o Governo de Getúlio Vargas (1937-1945) reprimiu fortemente o alemão e o italiano impondo o português como língua única de ensino.

 

Freyre procura encontrar um substrato cultural português adaptado às condições do Brasil da época da monocultura do açúcar nas condições da escravização em massa de Negros. Esse substrato cultural seria a facilidade do português se adaptar e cruzar – a mestiçagem. Para esta busca inglória do graal Freyre mobilizou dezenas de académicos portugueses e brasileiros, todos interessados na tese de que o português não é racista, se cruza com outros povos e através da mestiçagem abre uma porta para a ascensão social de terceiros.

  

Gilberto Freyre (1900-1987), pensador brasileiro, teórico do luso-tropicalismo, foi agraciado com inúmeros prémios quer no Brasil, quer em Portugal mas também recebeu a Legião de Honra francesa e a Ordem do Império Britânico do Reino Unido.


 

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