Reforma do Euro por Paulo Casaca e Nerea Artamendi
Os autores partem da constatação
que a crise da dívida soberana foi despoletada pelos graves desequilíbrios
externos dos países afetados (Grécia, Portugal) para, retirando as ilações
desse facto, proporem que seja a balança comercial e não o deficit orçamental a
ser a variável a escrutinar pelas autoridades europeias.
Coerentemente propõem então que a
política de austeridade extensível a todos os países da zona Euro em simultâneo
seja substituída por uma política de austeridade, com desvalorização interna,
i.e. redução de salários e demais custos de fatores produtivos, nos países com
deficit da balança comercial e uma política expansionista com aumento de
salários e da procura interna nos países com superavit na balança comercial
para os obrigar a importar mais.
Naturalmente que tal política só
poderia funcionar se o aumento de consumo induzido nos países com superavit
fosse de produtos exportados pelos países deficitários. Se o consumo adicional
for, por exemplo, de produtos chineses então a política proposta não funciona.
Os países deficitários continuariam deficitários e os superavitários ficariam
com um saldo inferior da sua balança comercial.
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