sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Reforma do Euro por Paulo Casaca e Nerea Artamendi


Os autores partem da constatação que a crise da dívida soberana foi despoletada pelos graves desequilíbrios externos dos países afetados (Grécia, Portugal) para, retirando as ilações desse facto, proporem que seja a balança comercial e não o deficit orçamental a ser a variável a escrutinar pelas autoridades europeias.

Coerentemente propõem então que a política de austeridade extensível a todos os países da zona Euro em simultâneo seja substituída por uma política de austeridade, com desvalorização interna, i.e. redução de salários e demais custos de fatores produtivos, nos países com deficit da balança comercial e uma política expansionista com aumento de salários e da procura interna nos países com superavit na balança comercial para os obrigar a importar mais.


Naturalmente que tal política só poderia funcionar se o aumento de consumo induzido nos países com superavit fosse de produtos exportados pelos países deficitários. Se o consumo adicional for, por exemplo, de produtos chineses então a política proposta não funciona. Os países deficitários continuariam deficitários e os superavitários ficariam com um saldo inferior da sua balança comercial.

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