Atlas das Relações Internacionais editado
por Pascal Boniface
Um livro profusamente ilustrado por mapas coloridos
que nos ajudam a compreender a história e a dinâmica das relações entre Estados
nos quatro cantos do Mundo.
Datado de 2009 surge já como algo desatualizado
e precisando de um refrescamento para se adequar à evolução geopolítica que o
planeta conheceu nestes últimos 10 anos. Uma boa prova de que a velocidade das
mudanças sofreu uma aceleração.
Organizado por Pascal Boniface mas contando
com a colaboração de uma vasta equipa do IRIS (Instituto de Relações Internacionais)
incluindo vários especialistas em cartografia, a obra cobre praticamente o
planeta de Leste a Oeste, de Norte a Sul. Algumas lacunas prendem-se, entre
outras, com as regiões da Antártida, das ilhas do Pacífico e do conjunto
Austrália e Nova Zelândia.
Sobre a Península Ibérica, que analisa como
um todo, refere que “As guerras
napoleónicas quebraram de forma duradoura o poderio de Portugal e Espanha,
construído sobre os oceanos e no além-mar”. A partir desse momento “Os dois países perderam qualquer capacidade
de influência externa e tornaram-se alvo de interesses estrangeiros”. E
sobre a tentativa de regresso à cena internacional como iniciativas como a CPLP
escreve “Os dois países não têm meios
para o seu novo voluntarismo externo”. Uma visão fria e realista do
posicionamento português na comunidade internacional.
Nota-se algum enviesamento em relação à forma
relativamente benevolente como a França, país de origem dos autores, é tratada
relativamente a outras potências nomeadamente os Estados Unidos e o Reino
Unido. Assim o colonialismo francês é visto como “civilizador” enquanto o
espanhol e inglês tende a ser, corretamente, apresentado como exterminador de
povos e populações indígenas. A verdade porém é que o colonialismo francês, tal
como o português, foi igualmente, se não mais em vários casos, cruel e mortífero.
Uma boa introdução generalista para quem
pretenda compreender as relações internacionais, pois abarca um amplo leque de
temas embora não aprofunde nenhum em particular. Uma visão generalista guiada
em muitos casos pelo olhar da escola realista das relações internacionais.
Sem comentários:
Enviar um comentário